A drenagem linfática, modalidade de terapia
manual, é muito utilizada como uma ferramenta para tratamentos estéticos.
Porém, o que você vai descobrir agora, é como este método pode ser utilizado para
tratar muitas disfunções que o nosso corpo apresenta. Vale a pena a leitura!
Inicio esta explicação contando uma breve
história de como a drenagem linfática foi iniciada.
A técnica de drenagem linfática manual foi criada
pelo biólogo dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, baseado na
longa experiência adquirida por ambos com técnicas de massagens em Cannes,
Riviera Francesa. Eles observaram que muitas pessoas apresentavam quadros
gripais crônicos nos quais se detectava um aumento dos linfonodos (estruturas
responsáveis pela filtragem da linfa – líquido que transita pelo sistema
linfático) na região cervical. Obtiveram a melhora desses quadros com
determinados tipos de movimento de estimulação física (massagem) realizados na
região envolvida. A partir dái muitos estudos foram feitos comprovando a eficácia
da técnica, que alguns anos depois foi adaptada por Albert Leduc e Oliver
Leduc. Por isso os métodos Vodder e Leduc de drenagem linfática são tão
conhecidos.
A partir desta informação podemos estabelecer
uma conexão com o que foi dito anteriormente: a drenagem linfática manual não
auxilia apenas na estética, tanto que foi criada para tratar problemas respiratórios
como a sinusite, por exemplo. Ela é usada para eliminar os inchaços e aliviar
sintomas dolorosos ocasionados e também ajuda a remover toxinas presentes nos
tecidos.
Infelizmente existem poucos estudos publicados
dentro desta área de atuação da drenagem linfática. Resumo aqui um artigo que
encontrou excelentes resultados com a aplicação da técnica em indivíduos com
rinossinusite, que compreende na inflamação da mucosa nasal e dos seios
paranasais (cavidades localizadas nos ossos no crânio e da face, que em
condições normais estão cheias de ar).
Em 2013 Nogueira realizou um estudo com o
objetivo de analisar os benefícios da drenagem linfática manual facial na
rinossinusite. Dez indivíduos entre 18 e 40 anos de ambos os sexos participaram
da pesquisa. Foram avaliados o nível de dor, avaliação dos sintomas (de caráter
emocional e social) os quais pacientes com rinossinusite podem apresentar.
Foram realizados 10 atendimentos, 3 vezes por semana durante 30 minutos cada,
onde foram aplicadas técnicas de drenagem linfática facial. Foi possível
observar melhora significativa do quadro doloroso e de sintomas como: secreção
nasal contínua, secreção nasal abundante, dor ou pressão facial, acordar
cansado/a e frustração/ inquietação/ irritação.
Os autores concluíram que a drenagem linfática
manual facial foi eficaz em auxiliar o sistema linfático na filtração da linfa
para o sistema circulatório, diminuindo, assim, edema e produção de secreção
nasal, sendo assim capa de melhorar a sintomatologia específica e dolorosa dos
pacientes portadores de rinossinusite.
Em minha prática clínica percebo o quanto meus
clientes com rinossinusite que recebem drenagem linfática facial referem alívio
imediato dos sintomas, benefício que permanece por dias. Queixas como dor de
cabeça, pressão na face e nos olhos, irritação, assim como no estudo citado, reduzem
de forma satisfatória para eles, deixando-os com a sensação de alívio, e como
eles mesmos dizem “percepção de leveza, como se tivessem tirado um peso do
próprio corpo”. Sempre cito estes exemplos aos meus alunos quando ministro meus cursos de drenagem linfática.
Eu como profissional também me sinto leve,
aliviada em ter colaborado com a melhoria do bem-estar dos meus clientes, e
mais do que isso, fazendo com que eles se movimentem melhor!!
Referências
NOGUEIRA, J.K.A. Benefícios da drenagem
linfática manual facial em pacientes com rinossinusite. Revista Perquirere,
v.10, n.1, 2013, p.1-16.
TORTORA, Gerard J. Corpo Humano: fundamentos de
anatomia e fisiologia. 4ª ed. São Paulo: Artmed, 2001.
WINTER, W.R. Drenagem Linfática Manual. Rio de Janeiro: Editora Vida
Estética, 1973
Imagens:
comoeurespiro.wordpress.com